Para alguns é estar junto das pessoas a quem se ama. Para outros é o simples fato de poder tirar os sapatos e por alguns instantes se jogar confortavelmente no sofá da sala. Em lugares mais quentes, é o alívio de tomar uma ducha gelada a fim de refrescar o corpo e também a cabeça. Em lugares frios, é o aconchego de se enrolar em uma coberta e poder segurar uma xícara com uma bebida quentinha e gostosa. É o conforto de poder falar o que pensa, se vestir como gosta, comer o que agrada, não se importar tanto com as horas. É amar e ser amado, é se sentir seguro, à vontade, acolhido… Em realidade, estar em CASA é tudo isso e muito mais.
O conceito de casa é valioso para o pensamento bíblico. Jacó, por exemplo, ao ser amparado por Deus em um momento de crucial desespero em sua vida, nomeou o local de tal acontecimento como Betel (Gênesis 28.17-19). Em Hebraico, Beyth-‘El, a expressão significa “Casa de Deus”. Na história de Ló, sua impulsividade ao guiar os visitantes o mais rápido possível para sua casa, ressaltam a ideia de que em casa se está seguro (Gênesis 19). Aliás, uma das principais linhas narrativas do Antigo Testamento é exatamente a conquista, manutenção e pertencimento a uma terra que o povo escolhido pudesse chamar de sua, na qual pudesse estar realmente em casa.
No Novo Testamento a história não muda. Pelo contrário, se torna ainda mais intimista e parecida com a realidade de nossos dias. Encontramos relatos de que Jesus gostava de visitar a casa de seus amigos (Lucas 19.39-42). De que os discípulos e os primeiros cristãos fizeram de suas casas os principais lugares de encontro e adoração (Atos 2.46-47). Os centros de convivência, incubadores, do movimento mais significativo da história da humanidade. Não é por acaso, que Jesus, em um verso de linguagem visual e familiar diz o seguinte:
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” Apocalipse 3.20 (Tradução: Almeida Revista e Atualizada -ARA)
Como uma igreja étnica, formada por pessoas que, em sua maioria, no momento se encontram em um país estrangeiro, valorizamos esse conceito de estar em casa. Afinal, normalmente no dia a dia as interações se dão em uma língua diferente, numa cultura diferente, num ritmo diferente. Às vezes parece que “estar em casa” é algo distante. Às vezes, também, esse distanciamento pode ser sentido em relação a vida que se tem com Deus. Nesse caso, o local não interessa tanto, mas a realidade espiritual vivenciada por cada um dentro do próprio coração é o que faz a diferença. Você tem aberto a porta do seu coração para Deus? Tem deixado ele entrar, sentar-se à sua mesa, e juntamente com você e sua família ter uma bela refeição?
Por isso, como Igreja Adventista de Língua Portuguesa e Espanhola em Munique, queremos nos dedicar para alcançar o seguinte objetivo: que onde estamos e, mais importante, por meio do que somos as pessoas possam se sentir em CASA com Deus e umas com as outras. Convidamos você a fazer parte dessa história.